Ele foi jogado no mundo pelo seu pai quando era apenas um filhotinho.Recebeu apenas uma instrução: vá e aprenda!
Andou perdido de vila e vila, sem ninguém quem lhe apresenta-se os parâmetros básicos da vida. Ela observava e testava;errava e fugia; escondia-se e algumas vezes até recebia alegria.
Conheceu os marinheiros, os soldados, os camponeses, os padeiros, os monges e os carrasco. Conheceu também o amor, muitas vezes. Mas nunca sentiu-se integrado a grupo nenhum.
Quando percebeu já não era mais menino. Havia uma espada em sua cintura, e no seu corpo, uma habilidade imensa para matar. Por muito tempo, foi exatamente isso que fez.
Ele não era mau, ao contrário, lutava e sangrava pelo bem maior. Com sua força, trouxe a paz a todas as aldeias. Mas seu coração era inquieto e logo, abandonou a guerra.
Elaborou um feitiço, tornou-se invisível e percorreu os sete continentes. Não uma, mas três vezes passou pelo mesmo lugar. Pai, dizia, fui e aprendi como instruíste-me, o suficiente para preencher toda uma biblioteca com meus pensamentos. Todavia, pai meu, porque sinto que ainda não basta?
Os sábios, os livros, os magos e as feiticeiras, astrólogos, velhos anciões, mestre nas montanhas e criaturas das florestas nada mais tinham para lhe oferecer. O andarilho buscou ele mesmo ensinar, deixando inúmeros discípulos debaixo do céu. E quando novamente cansou-se, desapareceu.
Foi atrás de seu pai. Estava farto de ir e aprender. Fez-se magicamente criança e desfez todo seu caminho. No entanto, seu pai não era encontrado.
Conheceu o desespero, a dor, a verdadeira tristeza, o completo desânimo. Mas então descobriu, que havia todo esse universo que lhe era desconhecido. Mergulhou dentro de si e viu que as águas eram profundas.
Tornou-se alegre, sorridente, expontâneo. Sua língua era livre, mas seus olhos sérios. Com estes, observava o mundo a sua volta com a intensidade de uma folha sendo levada ao vento.
Naquele dia, ele escreveu uma carta. Prometia encontrar a cabeça da moça cujo coração era luz. Ela se via como guerreira, mas tudo que aquele guerreiro andarilho navegador via era uma barda, forçada pelas circunstâncias a batalhar. Seus sentimentos era longos, e sua alma bela.
O guerreiro iniciou sua busca. Quem sabe não encontram não apenas a cabeça do jovem, do andarilho também?