quarta-feira, 26 de junho de 2013

Kor, prólogo

Vou contar uma história, ou várias histórias, de uma moça, ou várias pessoas, que encontraram-se diante morte, ou melhor, a morte se encontrou diante dela, ou delas, e pediu sua ajuda.
Era 234 a. C., e ela estava em sua caça semanal. Seu nome era Istchephãny e estava em busca de Kor.
Seus 5 maridos haviam brigado mais uma vez, futilidades masculinas, mas desta vez o mais velho e o terceiro haviam se machucado feio.
O que era uma simples briga de homens se transformou num sério Kutheê e magia e arco foram usados.
Agora os dois jaziam debaixo da Árvore Sagrada, incapazes de mover, falar. Pareciam vegetais.
O conselho de seu povo, formada por todas as mulheres mais três homens, haviam decidido enterrá-los
Disseram-lhe: eles se tornaram plantas, e como plantas, pertencem à Terra.
Istchephãny interviu e três dias lhe foram dados.
Sabia ela que somente o sangue do Kor poderia salvá-los, e apesar de toda idiotisse deles, amava-os.
A muitos pés de distância dali, no ano de 578 D.C, Xistépamy era perseguida.
Fazia 13 horas que cavalgava em busca da Sabedoria Perdida.
Seus irmãos morreram a alguns dias e antes que as honras funerárias pudessem realizadas, seus corpos foram profanados..
A carne de seus irmão levantaram e espíritos ruins tomaram seus corpos e atacaram seu povo.
Os chefes os capturaram e pretendia queimar seus corpos, mas ela chorou, suplicou e negociou.
Mais tarde foi aconselhada pela Velha Anciã, uma das últimas remanescentes das Velhas Sacerdotisas, a ir atrás da Sabedoria Antiga. "Encontre o Pergaminho de Kor", disse a Anciã.
Xistépamy olhou a sua volta e sentiu o ar umidecer. Os ventos tornaram se fortes, muitos fortes, logo uma tempestade surgiu e quando passou, seus persiguidores haviam sumido
Não perdeu muito tempo, e logo continuou a sua cavalgada; mas pouco tempo depois deu de cara com uma mulher bem no meio de seu caminho.
A mulher fez claro sinal para parar; Xistépamy tentou ignorar, mas logo viu que seria inútil. O caminho era demais estreito, e para passar, teria que atropelá-la.
"Se tem um assunto a tratar comigo, fale logo, pois meu tempo é curto", disse Xistépamy em sua língua arcaica.
"Tenho, e é de seu interesse. O que achou da minha tempestade?"
Era 1313, em uma terra não tão distante. Lady Estípanny III, senhora das terras verdes, filha de Lord Kelter IV, descendente por linha direta do Imperador e dos Antigos homens, viajava entre os campos de batalhas.
Sir. Lorcel e os outros tentaram dissuadia-la, mas ela estava firme em sua decisão. Calvagaria entre os Mouros e os Bárbaros se precisasse, mas teria em suas mãos o Santo Graal.
Ora, seu pai havia pecado enormemente, mandara matar cristãos inocentes e blasfemara contra o Espírito. Lady Estípanny sentir dor em seu coração por seu pai, e chorava por ele.
O padre tinha dito que ele não tinha salvação, mas ela estava determinada a salvar sua alma. Ouvira do companheiro do pai que o Santo Graal fora tocada pelo Filho, e que aquele tomasse vinho de seu cálice sagrado teria todos os seus pecados perdoados.
A pouco ela, Sir Lorcel e os 300 homens que os acompanhavam foram atacados pelos infiéis. 900 pipocaram de todas as direções.
Tudo parecia perdido, mas ele rezou ao Deus Todos Poderoso, e milhares de selvagens apareceram e salvaram sua vidas, ajudados por estranho tempo. Muito quente e muito frio alternavam-se subitamente e os selvagens e os homens de Sir Lorcel não pareciam ser afetados por isso.
Ao fim, ajoelhou-lhe e agradeceu ao Pai, e o Senhor daqueles selvagens vieram ter com ela, ou melhor, uma Senhora.
"Há muita coisa que preciso te dizer, Estípanny", disse a selvagem-mor em sua bizarra linguagem. Lady Estípanny viu-se, surpresa, que compreendia o que escutava e sentiu sua boca responder: "Muito obrigado, devo minha a você e ficaria com muito prazer a conversar contigo. Mas meu pai preciso ser salvo e urgência é necessária. Ele está doente e não resistirá seus ferimentos mais do que dois dias".
"Temos um assunto mais importante para salvar, minha Kholar, um assunto que deixamos não-resolvido por tempo demais. Seu pai e todos nós dependemos disso e digo ainda que é a nossa esperança".
"Talvez não seja a Senhora a realizá-lo", continuou a selvagem, "mas tenho certeza que a Senhora é o passo final. Dependemos de você e Dela, a ultima Kholar, e não espaço para erros".
"Não entendo o que diz", respondeu, insegura, Lady Estípanny, "mas se pode salvar o meu pai do Inferno, então te ouvirei".
"Esqueça teu Deus e abre teus olhos. Libere-se do seus medos, de sua insegurança, e deixa fluir.
"Pare de se preocupar com sua mãe, Stéphani", dizia aquela estranha, mas de alguma forma familiar, mulher que aparecera na estrada. "Relaxe, esqueça seus problemas, tire o stress dos seus ombros e sinta a viagem". Continuou. E o LSD começou a fazer efeito
Era 1968, num continente muito distante, mas que mesmo assim, não deixou de ter muito contato com aquele. Fazia dois dias que Stéfani estava na estrada. Ela procura Kor, um armazém clandestino no meio da estrada São Paulo-Brasília. O sindicato tinha sido invadido pelos polícias, seus companheiros foram presos, algumas mortos e outros concerteza estavam sendo torturados neste momento. Soube por suas fontes que eles seriam fuzilados no dia três dias depois, e não perdeu tempo, foi atrás de Kor, o ultimo recurso do Sindicato. Kor era um antigo armazém ondem diziam, que havia armas e bombas o suficiente para explodir Brasília inteira.
"Vou tirar meus compas de lá, nem que seja sozinha, ou então vou mandar aquela porra de Cidade pro inferno!", prometou a si mesmo, entre lágrimas de ódio, "Pare de se preocupar com sua mãe, Stéphani.
A alguns horas fora identificada pela polícia, e perseguida, mas uma estranha mulher aparecera na estrada, e com um sorte danada (e uma súbita escuridão), ajudara-a a fugir e se esconder.
Ela viera com um papo esquisito, falava de um bagulho pra terminar, e dizia que era um problema dela. E ainda veio pra cima oferecendo LSD!
Ela não tinha tempo a perder, mas a mulher salvara a sua vida, e de alguma forma sentia que devia retribuir. Além disso, em algumas horas provavelmente morreria, então não custa nada uma viagenzinha.
"Minha mãe se decepcionaria comigo", disse Stéphani
"Pare de se preocupar com sua mãe, Stéphani". "Relaxe, esqueça seus problemas, tire o stress dos seus ombros e sinta a viagem".
E de repente, já não estava na estrada.
Sentiu-se confusa, mas firme em seu propósito e disposta a lutar se precisasse. Onde estava? Quiz saber e tentou olhar a sua volta, mas sua vista estava opaca. Sentiu um cheiro estranho, um cheiro terrivelmente familiar e soube então que não estava sozinha. Sua vista então clareou-se e viu a seu lado 3 mulheres, extremamente parecidas, mas cada uma tinha um jeito tão peculiarmente individual.
E mais a frente viu aquela mulher estranha da estrada e então assustou-se. Stéphani viu que ela mesma era terrivelmente semelhante às três e somente a mulher da estrada conseguia manter sua diferença.
A mulher da estrada olhou para as outras quatro e apenas disse, com olhou que não permitiam perguntas: assistam. E apontou mais a frente
Istchephãny cambaleava, mas seguia em frente.
Seu corpo estava todo ferido, seu Chuê estava todo rasgado, seu Baku quebrado, mas lança mantinha-se firmemente inteiro.
Fora atacada no dia anterior por três feras da noite, filhos de Mowabs, e sozinha os enfrentou.
Uma luta sangrenta seguiu-se, mas no fim saiu vitoriosa. Contudo, foi feriada e envenenada, e soube então que iria morrer em breve.
Mas continua firme e determinada a encontrar Kor e salvar seus maridos.
Finalmente, Istchephãny vê-se de frente a Kor. Sorri, mas sabe que o pior não passou e que seus maridos ainda não estavam salvos.
Kor estava sentado em seu trono, imenso, com formas humanas, um corpo extremamente branco, trajado com peles escuras.
Em seu trono permaneceu, enquanto Istchephãny cambaleava em sua direção. Muitos se passaram até que a 5 passos de Kor, Istchephãny tropece e cai de cara no chão. "É o meu fim", pensa
"É o nosso fim", pensa ao mesmo tempo as mulheres, que permaneciam assistindo.
Kor se levanta e vai até sua direção. Agarra Istchephãny pela cabeça e a coloca em pé. Estica um braço e uma longa cadeira aparece, de frente ao seu trono, onde ajeita a mulher.
"Parece que tem me procurado", diz, eu sua voz seca e sombria. "Precisa do meu sangue, não é?"
Sua língua falha e Istchephãny consegue apenas acenar.
"MINHA RESPOSTA É NÃO", grita Kor, "mas talvez eu possa te dar pouquinho se você uma coisa bem simples. Veja, estamos apenas a três passos de distância, levante, toque eu meu corpo e terá um pouco do meu sangue".
Istchephãny faz o maior esforço de sua vida. Todos os seus músculos doem e suas juntas parece que vão explodir, enfim, consegue colocar-se de pé.
Dá um passo, dá outro, está muito próxima de Kor, levanta um braço para alcançá-lo e cai para trás, morta.
Em algum lugar muito longe, e ao mesmo tempo muito perto, a mulher da estrada olha para as mulheres, lágrimas rolando, e diz, numa voz falha: este é o assunto não resolvido. Por favor, vocês precisam salvar os meus maridos.
"O que podemos fazer?", adianta-se Stephani.
"Apenas toquem em Kor".
"Mas...", questiona, "estamos de alguma forma... distantes".
"Eu posso dar um jeito nisso"
E assim, as quatro mulheres encontraram-se no Palácio de Kor, diante de seu trono e próximo do corpo de Istchephãny.
"Parece que a mocinha tinha mais um truque!", exclamou Kor, "a proposta continua de pé. Toquem-me, e terão poder suficiente para curar qualquer, serão mais sábias que os mais poderosos magos, moverão céus e terra, Deus nenhum se colocara diante de voces e terao mais poder que qualquer ser no universo, menos eu, é claro".
As mulheres começaram a correr na direção de Kor, mas, contudo, seus corpos ficaram pesados, seus pés não se levantam, o ar dificilmente se entrava em seus pulmões e somente Stéphani tinha palavras para entender o que se passava. "A gravidade..."
A gravidade se torna mais e mais pesada, e uma a uma elas vão morrendo. Primeiro são jogadas ao chão, depois seus ossos são quebrados, enfim, sem ar, a vida abandona seus corpos. Algumas horas mais tarde, os maridos são enterrados, os irmãos queimados, um pai é condenado ao inferno e companheiros são fuzilados após serem duramente torturados e Kor continua em pé, em seu trono, triunfante.


É 21 de dezembro de 2012, o mundo parece estar destruindo por dentro, todos parecem aceitar a sua morte, mas uma mulher, Stéfani, permanece filme. O mundo será salvo.
FIM

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