quarta-feira, 16 de junho de 2010

Torne-te quem tu és

Esta historinha é da época em que ainda tentava ser um escritor (de certo forma ainda tento, mas as cosias diferentes agora). Porém sempre tive problema em escrever, sempre foi difícil para mim escrever bastante, cada parágrafo é um sacrificío (não me peçam para escrever um projeto de epsquisa para vocês), mas esta história saiu relativamente fácil. Foi escrita em dois dias, em duas sentadas... e revista depois.

Havia um homem chamado X e este desejava fazer alguma coisa grande. Não sabia exatamente o quê, somente que deveria ser algo grandioso, espetacular e que valesse o trabalho de toda a sua juventude. Era jovem, hábil, forte e cheio de vida; dificilmente se cansava e não poupava muita energia para o que desejava; lutava contra a preguiça e buscava se fortalecer. Tinha um espírito rico e ousado, desejava coisas grandes coisas e possuia uma vontade poderosa. Tentava-se manter sempre calmo, e na maioria das vezes conseguia, porém ia à ação quando necessário, sem que com isso perdesse sua tranquilidade. Era forte.
Por toda sua vida foi bombardeado pelo sermão "conheça os seus limites", mas ele foi além. Conheça o seu poder, disse para si. Ele conheceu e descobriu que é capaz de muita coisa, reconheceu-se por fim poderoso. Seu coração encheu-se de motivação e determinação, seu punhos cerraram-se, olhos fecharam-se e sua mente olhou longe, longe, para além do horizonte. Nasceu dentro de si uma vontade de criar, criar tudo o que era capaz e tudo que não era capaz. Desejava criar algo magnifíco, belo, poderoso, que se impusesse presente, algo que impressionasse a todos e a si próprio, no fim, algo que fornecesse a todos um pouco do seu poder. Acima de tudo, desejava mudar o mundo.
X avaliou toda sua a vida até então. Julgou nunca ter feito nada de muito importante, nada que valesse a pena. Porém não se sentiu culpado por isso, nem pensa ter disperdiçado sua vida. Acredita que se alguma coisa acontecesse de forma diferente, tudo poderia ser diferente. Pois X nem sempre foi forte. Ele somente tornou-se o que é quando percebeu-se o que é. E toda a sua vida foi uma sequência de acontecimentos que o levou àquilo. E aquele era o seu momento. O momento de fazer coisas grandes.
Contudo, toda essa vontade de grandeza era uma coisa bem recente. Foi instruido e reinstruido a renunciar o mundo. "O mundo não tem sentido", diziam-lhe, "se você desejar ser grande, estará sujeito ao fracasso. Sua vida será como uma montanha russa: haverá momentos no topo e momentos em baixo. Os tempos felizes serão sempre curtos e sua mente lembrará com mais força a dor. Busque uma vida moderada; transforme sua felicidade numa linha reta". E por muito tempo X assim viveu. Porém, essa filosofia não conseguiu mais ser suficiente. Como explicar os momento em que ele simplesmente ficava triste, melancólico, sem motivo algum? E a quanto tempo ele não sentia aquela alegria forte, violenta, deliciosa! X decidiu abraçar o mundo. Sabia que arriscava, sabia que corria o risco de viver infeliz, admitia que ensinavam-lhe corretamente, não conseguia imaginar uma vida melhor no mundo, porém desejava-o. Então, desejou tudo. Quer estar num hotel extremamente luxuoso e ao mesmo tempo deseja estar num lugal miserável. Quer conhecer outras pessoas, viver outras realidades, interagir com vidas diferentes. Quer fazer tudo, aprender tudo e sentir. Busca a experiência suprema de vida.
Por que X quer tanto ser grande? Porque possui demais amor prório. Ele quer que toda a sua vida tenha um profundo significado. Não procura simplesmente viver, não busca prazer momentâneo, não age apenas pelo futuro, mas espera que a sua vida no todo tenha valor. Ele é vaidoso, orgulhoso, duro, frio, todavia não egoísta. A sua coisa grande é uma mudança do mundo. Seu fim último é o autodesenvolvimento.
O que é o autodesenvolvimento para ele? É se tornar aquele capaz de transformar o mundo. Qual é a grande coisa que se propôs a realizar? Transformação do mundo. Como ele pretende isso?
X descobriu mais. Percebeu que todos possuem tanto poder quanto ele, e que também desejam criar e transformar, talvez nem tanto quanto ele, porém não reconhecem isso. Consideram-se fracos. Duvidam de si próprios, perderam suas experanças, hesitam antes de agir. Temem lutar. Onde está o antigo prazer pelo combate, pela guerra, pelo sangue? Quando X realizar a sua coisa grande, todos saberão que são fortes.
Ele não sabe como realizará a transformação, porém reconhece nisso seu projeto de vida e seu valor. Dedicará sua vida a isso. Sabe que pode fracassar, sabe que pode ser infeliz e miserável, porém decidiu abraçar o mundo e esta é a história
de sua vontade de criar.

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